25 equipas pré-selecionadas para a 4.ª edição do EuRoC

A competição universitária europeia organizada pela Agência Espacial Portuguesa está de regresso. Para a edição de 2023 do EuRoC foram pré-selecionadas 25 equipas, entre as quais duas portuguesas.

O European Rocketry Challenge (EuRoC) tem regresso marcado para Constância entre os dias 10 e 16 de outubro. A competição, organizada e promovida pela Agência Espacial Portuguesa, recebeu um número recorde de 48 candidaturas de equipas universitárias europeias. Dessas, 25 foram selecionadas para participar no evento. Este é, mais uma vez, o maior número de equipas selecionadas para o evento. 

A Agência Espacial Portuguesa espera receber, em Constância, mais de 600 estudantes de universidades europeias. A vila ribatejana será o centro da competição, sendo o Campo Militar de Santa Margarida, mais uma vez, o local escolhido para o lançamento dos foguetes (rockets). Mas 2023 traz novidades: pela primeira vez, o paddock (local onde se reúnem as equipas para a montagem e avaliações técnicas dos projetos) também ficará situado em Constância. 

Para Marta Gonçalves, uma das gestoras do projeto, esta mudança “é reflexo do contínuo crescimento da competição”. “Todos os anos temos mais equipas, mais alunos e melhores resultados. Esperamos continuar esta trajetória em 2023 ”, diz a também gestora de projetos de Educação e Ciência da Agência Espacial Portuguesa. Constância será, ao longo de uma semana, a casa de centenas de estudantes.  

Entre eles estarão novamente jovens universitários portugueses. Tal como em 2022, duas equipas nacionais foram selecionadas para a competição. A equipa RED (Rocket Experiment Division), do Instituto Superior Técnico, espera continuar o seu percurso histórico na competição com o projeto Camões. Na sua estreia, em 2021, os RED lançaram o primeiro rocket português universitário no EuRoC; no ano passado, tornaram-se na primeira equipa portuguesa a vencer um prémio na competição (categoria motor sólido, 3 000 metros). Por outro lado, a equipa North Space, composta por estudantes do ISEP (Instituto Superior de Engenharia do Porto), da Universidade de Aveiro e das Faculdade de Ciências e Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, estreia-se na competição com o projeto SPATI-I.  

 

Italianos Skyward Experimental Roccketry venceram o prémio EuRoC na edição de 2022. © Agência Espacial Portuguesa

 

A equipa vencedora do prémio EuRoC da última edição, os Skyward Experimental Rocketry, também está de volta à competição. Gemini, sucessor do rocket Pyxis, que lhes valeu vários prémios em 2022, procurará levar os sonhos dos italianos ainda mais alto.  

Repete-se também a presença dos gregos ASAT (Aristotle Space & Aeronautics Team) que, em 2022, se tornaram a primeira equipa a lançar duas vezes o seu rocket na mesma edição do EuRoC. Já os suíços ARIS (Akademische Raumfahrt Initiative Schweiz) voltam à competição pela quarta vez consecutiva, não tendo falhado nenhuma das edições passadas.  

“Passamos de seis equipas participantes em 2020 para 18 em 2022. Este ano, com 25 equipas selecionadas, temos altas expetativas e esperamos superar esse número no futuro. A competição afirma-se e consolida-se como ponto de encontro para estes jovens universitários, que cada vez mais se interessam pelo Espaço”, aponta Ricardo Conde, presidente da Agência Espacial Portuguesa. 

Para chegar ao número final de equipas e participantes na edição de 2023 será necessário aguardar pela data da competição, pois só nesta altura se saberá ao certo quantas equipas garantirão a operacionalização dos seus projetos. “No ano passado, selecionámos 25 equipas, mas com o passar do tempo nem todos conseguiram passar os check-point apesar do esforço de todos e algumas equipas não estavam em condições para lançar. O que temos observado é que muitas equipas que não conseguem lançar num ano, conseguem lançar no ano seguinte, uma vez que consolidam aprendizagens ao longo desse tempo”, diz Inês d’Ávila.  

 

Estreias e repetições: dois indicadores “bastante positivos”  

No total, são 17 as equipas que já estiveram em edições passadas. Entre elas estão os ASTG (Aerospace Team Graz) e os TUST (TU Wien Space Team), da Áustria, ou os noruegueses Propulse NTNU. Já de Espanha, regressam os Faraday Rocketry UPV e os STAR (Student Team for Aerospace and Rocketry), ambos estreantes em 2022. De volta estão ainda os suíços EPFL Rocket Team; os ICLR (Imperial College London Rocketry), do Reino Unido; os AGH Space Systems, da Polónia; os franceses Air ESIEA; os dinamarqueses DanSTAR;  e ainda os alemães Space Team Aachen.  

Também regressam as equipas CTU Space Research (República Checa) e PUT Rocketlab (Polónia), que, em 2022, não conseguiram continuar na competição apesar de terem sido pré-selecionadas.  

Ainda que a balança penda para o lado dos repetentes, a competição conta ainda com 8 estreantes. Além dos portugueses North Space, chegam à competição pela primeira vez: ASTRA (Alemanha); AESIR (Suécia, pela primeira vez representada no EuRoC); HyPower Bristol (Reino Unido); INROS (Reino Unido); KNK PRz (Polónia); PoliTo Rocket Team (Itália); e WARR Rocketry (Alemanha).  

Inês d’Ávila refere que “tem sido muito positivo assistir à evolução do EuRoC, olhando para as equipas que regressam e que se estreiam”. Para a gestora do projeto, os dois indicadores refletem “um aumento do interesse em rocketry um pouco por toda a Europa”. “As equipas que já existiam mantêm-se no ativo e continuam a empenhar-se em novos projetos, mas, ao mesmo tempo, há novas equipas a surgir em vários países, sendo Portugal um ótimo exemplo desta situação, o que muito nos orgulha”, acrescenta. Além da RED e da North Space, o EuRoC recebeu ainda candidaturas da Fénix Rocket Team, que junta alunos da Universidade de Coimbra e da Beira Interior, e da UART, da Universidade de Aveiro.  

Promovido pela primeira vez em Outubro de 2020, o EuRoC desafia estudantes de licenciatura e mestrado a lançar os seus foguetes de propulsão sólida, líquida ou híbrida até altitudes de 3000 ou 9000 metros. A competição está totalmente alinhada com os objetivos estratégicos da Agência Espacial Portuguesa, nomeadamente no desenvolvimento de um quadro cultural/educativo capaz de impulsionar o desenvolvimento sustentável do sector espacial em Portugal, em particular no que diz respeito a contribuir para a autonomia da Europa no acesso e retorno ao espaço.  

Autor
Portugal Space
Data
19 de Abril, 2023