Domínios de Ação

Telecomunições e Navegação

Comunicação e navegação por satélite tem um papel fundamental nas sociedades modernas. Graças a eles temos conetividade e localizações precisas, em todo o lado a toda a hora.

© ESA – P.Carril

Consegue imaginar um mundo sem telemóveis, redes de banda larga ou televisão por cabo? Alguma vez pensou no que seria regressar um dia-a-dia em que não saberia com precisão a hora de chegada do próximo autocarro ou usar o seu telemóvel para verificar o tempo, ver o filme que está em exibição no cinema mais próximo ou até mesmo comprar bilhetes para a sessão de logo à noite sem ter que sair do lugar?

Satélites de Telecomunicações asseguram conectividade em locais que não são cobertos por redes terrestres, e este é um dos mercados ligados ao Espaço com mais potencial de crescimento. Mas os operadores enfrentam enormes desafios, já que a oferta cresce mais rapidamente que a procura. Resistências que criam novas oportunidades para novos atores, que podem usar satélites mais pequenos e mais baratos para fornecer conectividade que possa concorrer, em termos de latência e velocidade, com as redes terrestres.

A navegação por satélite pode ter nascido para responder a necessidades militares, mas é hoje amplamente usada pela sociedade civil. O Sistema Global de Navegação por Satélite, conhecido pela sigla inglesa GNSS, começou como uma ferramenta que fornecia a posição, velocidade e hora. Depois de permitir criar serviços com ferramentas de navegação, foi usado na distribuição, agricultura, aviação, serviços marítimos, e muitos outros. Mas o leque de possíveis usos continua a expandir-se e os sinais de GNSS estão a ser usados para deteção remota, estudos atmosféricos e monitorização da meteorologia espacial.

A Europa tem desempenhado um importante papel para o desenvolvimento do GNSS; criando e gerindo o sistema Galileo, o Sistema Global de Navegação por Satélite Europeu que fornece informação de Posição, Navegação e Tempo (PNT) a utilizadores de todo o mundo, e o Sistema Europeu Complementar de Navegação Geoestacionária (EGNOS). Este último é um sistema de reforço por satélite (SBAS) que fornece correções GNSS e informações sobre a sua fiabilidade.

A utilização em massa dos satélites de telecomunicações e navegação e a sua total integração na economia fazem com que sejam o primeiro grande exemplo da democratização do Espaço.

    Perspetiva

    O futuro trará novas gerações de serviços GNSS, mais precisos, mais seguros e mais fiáveis.

    O desenvolvimento de meios óticos terá impactos significativos no setor de SatCom, permitindo comunicações seguras a muito alta velocidade. Terminais de comunicações óticas e os seus componentes serão desenvolvidos e validados para comunicações entre satélites, diretas ao solo e aerotransportadas. Os desenvolvimentos óticos vão ainda abranger tecnologias de Criptografia Quântica, incluindo sistemas de geração e distribuição de chaves quânticas.

    Num futuro não muito distante, teremos a tecnologia 5G baseada no Espaço, o qual promete níveis nunca antes atingidos de velocidade, latência, integração de redes e conetividade massiva. O 5G é mais do que apenas uma nova geração de serviços móveis de telecomunicações terrestres, é uma tecnologia que irá impulsionar a convergência de serviços fixos e móveis, definir novos standards e criar uma rede de redes, permitindo que “qualquer pessoa ou qualquer coisa esteja ligada em qualquer altura em qualquer lugar”. Também deverá possibilitar aplicações novas e disruptivas. Com a implementação do 5G a exigir diferentes estratégias, o Espaço pode e deve desempenhar um importante papel no 5G.

    © ESA

    Objetivos estratégicos de Portugal

    • Promover a aquisição de competências focadas em novos domínios com elevado potencial, especificamente o 5G, comunicação ótica e encriptação quântica;
    • Promover o desenvolvimento de competências em sistemas e subsistemas para reforçar a presença portuguesa no setor Espacial, concentrado nas tecnologias que suportam o Novo Espaço, nomeadamente Cargas Úteis de Telecomunicações Reconfiguráveis (SDR, na sigla inglesa);
    • Identificar necessidades de telecomunicações e navegação por satélite para diferentes utilizadores comerciais e institucionais (incluindo entidades públicas, operadores privados, e outros, estimulando a adoção);
    • Promover a integração dos sistemas de navegação por satélite nas redes terrestres, explorando as oportunidades criadas pelo 5G e envolvendo os operadores móveis portugueses no 5G baseado no Espaço;
    • Promover o desenvolvimento de aplicações e serviços a jusante, focando nas telecomunicações e navegação por satélite;
    • Promover a utilização de comunicações e navegação por satélite em aplicações para o setor marítimo, como um facilitador de um “Portugal – Nação Atlântica com uma rica tradição marítima rica e global”. Alargar a internet aos oceanos e monitorizar infraestruturas offshore e navios;
    • Promover sinergias entre SatCom e SatNav e transporte, proteção e segurança espacial, considerando as necessidades e as oportunidades (p.e. recetores de GNSS podem servir como instrumentos para a monitorização de meteorologia espacial);
    • Construir sinergias de financiamento entre Portugal-ESA-EU para o Espaço e outros setores.