Domínios de Ação

Observação da Terra

Observação da Terra é a recolha de informação sobre os sistemas físicos, químicos e biológicos do planeta através de tecnologias de deteção remota, geralmente envolvendo satélites que transportam dispositivos para a captação de imagem.

© NASA

Os dados são normalmente recolhidos sob a forma de imagens digitais, que são utilizadas para monitorizar e avaliar o estado e as alterações no ambiente natural ou criado pelo humano.

As tecnologias baseadas no Espaço fornecem conjuntos de dados precisos e análises repetidas, que aliados à investigação e desenvolvimento dos métodos apropriados, fornecem uma ferramenta inigualável para a recolha de dados sobre o planeta. Atualmente, as ferramentas de Observação da Terra incluem estações terrestres que registam a qualidade do ar e a evolução da pluviosidade, estações sísmicas e de Sistema de Posicionamento Global (GPS), boiás flutuantes para monitorização das correntes oceânicas e salinidade; sonares e radares para cálculo das populações de peixes e pássaros, mas também satélites ambientais de alta tecnologia que podem varrer a Terra a partir do Espaço.

É assim possível medir o estado e a evolução do ambiente seja em terra, mar ou ar, e ter a capacidade de rapidamente avaliar situações em momentos de crise, sejam eventos meteorológicos extremos ou conflitos humanos.

Dar resposta às alterações climáticas é uma prioridade societal e económica que Portugal deve apoiar tanto como fornecedor como integrador de sistemas, e tanto como utilizador como fornecedor de soluções baseadas em dados e informação espacial que complemente a recolha de informação in-situ para fornecer serviços para abordar diferentes áreas, auxiliando Portugal a atingir o compromisso da neutralidade de carbono em 2050.

Em Portugal, a Direção-Geral do Território (DGT) é uma das poucas entidades da Administração Pública com experiência significativa em Observação da Terra, estando já a utilizar, de forma operacional, produtos derivados de imagens de satélite no processo de Cartografia de Ocupação dos Solos (COS).

Juntamente com o IPMA, a DGT coordena a plataforma IPSentinel que fornece a Portugal imagens de satélite do Programa Copernicus (i.e. Sentinels).

Objetivos do programa português de Observação da Terra

1. Desenvolver e implementar um programa nacional de monitorização de COS que irá beneficiar toda a Administração Pública;

2. Reforçar e manter, em conjunto com o IPMA, a plataforma IPSentinel, otimizando a disponibilização de imagens de satélite para toda a Administração Pública com o objetivo de, por exemplo:

  • Prestar serviços baseados em satélites, os quais podem suportar toda a infraestrutura ligada a comunicações digitais, possibilitando a melhoria na utilização de recursos (p.e. mobilidade, aumento da produção agrícola, gestão de recursos como sejam água potável, monitorização de incêndios florestais, recursos hídricos, cheias, disponibilidade de água,… controlo dos volumes de produção agrícola e gerir as questões levantadas pelas bacias transfronteiriças, em particular na bacia do Guadiana, etc.)

  • Contribuir para o compromisso assumido por Portugal de atingir a neutralidade carbónica em 2050, facilitando a implementação da estratégia.

Meios para atingir fins

  • Contribuir para a próxima geração de programas Copernicus e FutureEO para manter e reforçar o desenvolvimento de competências já adquiridas;

  • Desenvolver competências de sistemas e subsistemas através de projetos concretos que são orientados para o utilizador e/ou propostos pela indústria tanto quanto possível através de esquemas de cofinanciamento (InCubed+);

  • Contribuir para a liderança europeia em soluções baseadas no espaço através da diversificação de uma frota de satélites disponíveis para que os utilizadores finais possam desenvolver aplicações e serviços, através da criação de pequenos sistemas que complementem os grandes;

  • Liderar e promover atividades e iniciativas ligadas aos chamados Blue World com particular atenção para o Atlântico, mas em estreita colaboração com países europeus e não-europeus para abordar questões ligadas a massas de água e para a sua compreensão e exploração e desenvolvimento socioeconómico sustentável.

  • Apoiar utilizadores finais (na integração do Espaço em soluções para problemas específicos) através da ampliação do conceito dos centros de incubação ESA BIC a todo o território nacional.

  • Investir numa nova geração de serviços baseados em sistemas de Observação da Terra, bem como de Posição, Navegação e Tempo (PNT).