Agência visita ecossistema espacial
a caminho da Ministerial da ESA

A Agência Espacial Portuguesa está a promover um conjunto de visitas a empresas do setor espacial em todo o país, com o objetivo de auscultar o ecossistema nacional e alinhar a proposta de subscrição portuguesa à Cimeira Ministerial da Agência Espacial Europeia (ESA), marcada para novembro, na Alemanha. Este processo permite mapear os interesses e prioridades da indústria e da academia, garantindo que as necessidades do país e do setor estão refletidas e enquadradas nas decisões estratégicas que moldarão o futuro no espaço na Europa.  

O Conselho da ESA a nível ministerial (CMIN25) acontece a cada três anos e visa aprovar a nova geração de programas e os respetivos níveis de financiamento da agência europeia, estabelecendo as principais prioridades do setor espacial europeu para os próximos anos. Este ano, o encontro decorre a 26 e 27 de novembro na cidade de Bremen.  

Neste contexto, a Agência Espacial Portuguesa tem vindo a realizar, desde janeiro, uma série de visitas a diversas empresas, academia e Centros de I&D do setor para conhecer o que de mais inovador se faz em Portugal e compreender as necessidades e ambições do ecossistema nacional.  

No início do ano, os responsáveis da Agência estiveram em Aveiro para visitar a Sinuta, o Instituto de Telecomunicações e a Atlar. No Porto, as visitas incluíram a FHP, a Connected, o CEiiA, a Evoleo e o Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial (INEGI). Já em Guimarães, a Agência debateu com os responsáveis da Universidade do Minho os projetos futuros da academia.  

“Visitar as instalações e o trabalho das empresas, da Academia e os Centros de I&D é fundamental. Observar de perto os projetos em desenvolvimento e receber explicações diretas das equipas tem um impacto diferente, permitindo uma melhor compreensão dos planos futuros e das ambições estratégicas do setor”, destaca Ricardo Conde, presidente da Agência Espacial Portuguesa. 

Ricardo Conde ressalva o histórico da Sinuta como um exemplo de “reinvenção industrial em Portugal”. Com raízes no setor da metalomecânica, a empresa identificou uma oportunidade no mercado de telecomunicações por satélite (VSAT e DTH), tornando-se uma referência no mercado de antenas VSAT, com a evolução do setor, a Sinuta investiu em inovação e diversificou as soluções, apostando em antenas de nova geração,  “Trabalhando com a academia e recorrendo a talento qualificado é um exemplo da capacidade da indústria nacional para se adaptar e crescer”, diz Tiago Roque Peres, gestor de programas de Telecomunicações e Navegação por Satélite da Agência Espacial Portuguesa. 

“Portugal tem reforçado a sua presença no setor espacial global, destacando-se como fornecedor para grandes integradores europeus e mundiais. A Agência, que foi criada com o objetivo de aplicar a “Estratégia Nacional para o Espaço – Portugal Espaço 2030”, quer potenciar este crescimento, fortalecendo a indústria e a academia, garantindo que as prioridades do ecossistema nacional são consideradas na CMIN25”, reforça o presidente da Agência Espacial Portuguesa. 

Os encontros com responsáveis da indústria e da academia continuarão em Coimbra e Lisboa nas próximas semanas, estando previstas visitas a empresas como a Lusospace, Tekever, GMV, Deimos, Edisoft, IA, Geosat, ML Analytics em Lisboa, mas também o Instituto Pedro Nunes e as start-ups na área do espaço, assim como a Neuraspace, Active Space e Critical Software.  

Numa última fase, os trabalhos preparatórios do Conselho Ministerial da ESA serão organizados workshops setoriais e reuniões com os responsáveis da Agência Espacial Europeia, estando previsto um documento preliminar em maio.