AI Moonshot Challenge recebe candidaturas
envolvendo 38 instituições de 13 países
Concurso internacional para combater poluição dos oceanos recebe dez candidaturas envolvendo instituições de 13 países. Vencedores serão conhecidos durante a Web Summit.
O concurso internacional AI Moonshot Challenge, que procura ideias disruptivas para a deteção de plástico nos Oceanos, atraiu investigadores de vários países, incluindo o Reino Unido, Sérvia, Estónia, Finlândia, Brasil, Canadá e Estados Unidos, entre outros. No total, 38 instituições participam em dez consórcios que se propõem encontrar soluções para a problemática dos plásticos nos Oceanos através da utilização de dados de satélite e inteligência artificial.
Promovido pela Agência Espacial Portuguesa, em parceria com a Unbabel, Agência Espacial Europeia (ESA), Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e Agência Nacional de Inovação (ANI), o AI Moonshot Challenge pretende impulsionar o uso de dados espaciais no avanço da investigação científica e no desenvolvimento de soluções inovadoras para problemas societais, em linha com a Estratégia Nacional Portugal Space 2030.
Os consórcios que se apresentaram a concurso envolvem institutos de investigação, universidades, empresas privadas e associações, além de empresas estatais.
“Ter conseguido reunir quase 40 organizações de 13 países em torno do que achamos ser um desafio importante e global deixa-nos muito satisfeitos. Sabíamos que as mesmas condições de pandemia que nos obrigaram a rever os procedimentos do concurso, e que limitaram o prazo das candidaturas, acabariam por também condicionar a participação, mas ficámos muito satisfeitos com as propostas recebidas, principalmente pela componente internacional que se verificou”, diz Carolina Sá, gestora de projetos de Observação da Terra na Portugal Space.
A bióloga marinha, que irá copresidir ao júri do AI Moonshot Challenge, juntamente com Paolo Corradi, da Agência Espacial Europeia (ESA), sublinha ainda a importância que o resultado do concurso terá ao nível da investigação e desenvolvimento tecnológico em Portugal. “As regras do concurso foram pensadas de forma a reforçar as competências da academia e indústria nacional. Por isso, exigimos que os consórcios fossem liderados por organizações portuguesas ou, em alternativa, que as empresas ou laboratórios estrangeiros fizessem investigação a partir de Portugal”, explica Carolina Sá.
Além de Paolo Corradi, engenheiro de sistemas responsável pelas atividades de deteção remota de lixo plástico marinho na ESA, e de Carolina Sá, o júri internacional que avaliará as propostas conta ainda com a experiência e conhecimentos de Nikolai Maximenko, investigador da Universidade do Havai (EUA), Laura Lorenzoni, cientista da NASA (EUA), Vasco Pedro, CEO e co-fundador da Unbabel (Portugal), Shungu Garaba, investigador da Universidade de Oldenburg (Alemanha) e Pierre-Philippe Mathieu, responsável pelo Explore Office do Φ-lab da ESA).
Vasco Pedro lembra que a Unbabel “apoia o AI Moonshot Challenge desde o primeiro dia, ajudando a investigação e a indústria a colaborar – duas vertentes centrais à Unbabel”. Para o CEO e co-fundador da Unbabel, “a inteligência artificial está a permitir aplicações disruptivas em sectores-chave como a indústria espacial, e o talento nestas áreas será a chave para o futuro”.
Numa altura em que se assiste ao crescimento de questões globais como a poluição, que exige um esforço conjunto de todos, Vasco Pedro sublinha o entusiasmo da Unbabel “por ver equipas na vanguarda das tecnologias emergentes assim como instituições líderes em todo o mundo juntarem-se para desenvolver projetos que ajudem a resolver o problema dos plásticos nos oceanos”.
Os vencedores, que poderão receber até 500 mil euros para desenvolver e implementar a sua solução, serão conhecidos no decorrer da WebSummit, que decorre este ano em versão online, entre 2 e 4 de dezembro de 2020.