Coimbra recebe Conferência Nacional de Observação da Terra em 2026
Conferência Nacional de Observação da Terra organizada pela Agência Espacial Portuguesa terminou esta sexta-feira em Braga com a atribuição dos prémios de Melhor Comunicação e Melhor Póster. Evento regressa em 2026.
A terceira edição da Conferência Nacional de Observação da Terra vai acontecer em Coimbra, em 2026, e contará com o apoio da Universidade de Coimbra, através do eoLab, da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra e do Centro de Competências Geoespacial desta última. O anúncio foi feito pelo diretor executivo da Agência Espacial Portuguesa, Hugo Costa na sessão de encerramento da Terra em Foco, que este ano se afirmou como o evento de referência para o encontro da comunidade nacional ligada à Observação da Terra, incluindo empresas, a academia e instituições da administração pública.
Hugo Costa recordou ainda que a área da Observação da Terra é um dos “pilares da criação” da Agência Espacial Portuguesa, que desde o início tem promovido o uso dos dados de satélite, defendendo que só a democratização no acesso aos mesmos pode ser garantia de desenvolvimento socioeconómico, bem-estar das populações e de combate e mitigação das alterações climáticas.
Afirmando que a Agência irá reforçar o seu papel de promotora das tecnologias de Observação da Terra, o diretor executivo da organização destacou ainda o papel de Carolina Sá, gestora de programas de Observação da Terra da Agência, na articulação e fomentação de parcerias e colaboração entre a organização e instituições, empresas e academia.
No mesmo sentido, o presidente da Escola de Engenharia da Universidade do Minho, Pedro Arezes, reiterou a necessidade de existir um “maior envolvimento” entre entidades para a promoção desta e de outras áreas.
A sessão de encerramento da Terra em Foco ficou ainda marcada pela atribuição dos prémios para estudantes da Conferência Nacional de Observação da Terra — Terra em Foco. Cátia Almeida, da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, e Rui Mota, do Instituto de Investigação em Vulcanologia e Avaliação de Riscos da Universidade dos Açores, foram os grandes vencedores. A investigadora da faculdade portuense recebeu o prémio para a Melhor Comunicação, atribuído pela Agência Espacial Portuguesa e pela Geosat, ao passo que o estudante da Universidade dos Açores venceu na categoria de Melhor Póster, um prémio conjunto da Agência com a Esri Portugal.
Antes da sessão de encerramento, o ciclo de sessões temáticas sintetizou-se numa mesa-redonda que juntou representantes de várias empresas, instituições de ensino e governativas. “Este momento evidenciou a necessidade da articulação e a criação de sinergias entre setores, áreas do conhecimento e entidades”, comentou Carolina Sá que moderou o debate. “Esta conferência procura isso. Será benéfico a comunidade conhecer-se, comunicar entre si, para se saber o que tem sido feito ao nível da Observação da Terra em Portugal”, acrescentou. A sessão contou com a participação de João Bentes Jesus, da Geosat, Daniel Wiesmann, da Development Seed, Mário Caetano, da DGT, João Catalão, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, e o Coronel Rui Teodoro, do Centro de Informação Geoespacial do Exército (CiGEOe).
O último dia da conferência deu ainda destaque a temas tão distintos quanto a Inteligência Artificial na Observação da Terra, com uma apresentação de Daniel Wiesmann, ou o SMOS, uma aplicação da Direção Geral do Território (DGT) para a monitorização da ocupação do solo através de informação cartográfica. Além disso, o evento procurou estimular o empreendedorismo através de uma sessão dedicada às oportunidades de financiamento, de competitividade e de internacionalização disponíveis para a comunidade portuguesa da área. A conferência terminou com a realização de vários workshops temáticos, que permitiram a aplicação prática dos conhecimentos reunidos durante estes dois dias.