Potenciais utilizadores de dados Copernicus
na mira da Portugal Space
A Agência Espacial Portuguesa pretende impulsionar a criação de novas aplicações e serviços com base em dados de satélite. O programa financiado pela União Europeia inclui sessões de divulgação, ações de formação e apoio ao empreendedorismo.
Imagem da Ria Formosa captada por um dos satélites Copernicus Sentinel-2. A Ria Formosa é uma zona húmida protegida, que se estende por cerca de 60 quilómetros de costa, num total de 16.000 hectares. É um sistema dinâmico e labiríntico de pântanos, canais e ilhas em em constante mudança com o movimento contínuo dos ventos, correntes e marés. Os dados obtidos pelo Sentinel 2, cujo acesso é aberto e gratuito, permite monitorizar o estado dos ecossistemas em todo o mundo.
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O Programa Europeu para a Observação da Terra – Copernicus – é o tema central de um ciclo de sessões informativas organizado pela Agência Espacial Portuguesa, em parceria com a Direção-Geral do Território (DGT) e o AIR Centre – Centro Internacional de Investigação do Atlântico, com o objetivo de alargar a base de utilizadores, impulsionar o uso dos dados de satélite e aumentar o número de novas aplicações desenvolvidas a partir dos dados do Copernicus. A participação é gratuita e aberta a todos, mas o registo é obrigatório.
A primeira de três sessões informativas, organizadas no âmbito do Acordo-Quadro de Parceria para o Uso do Copernicus pelos Utilizadores dos Estados-Membro (FPCUP*), acontece a 29 de Janeiro próximo e terá como tema central os Serviços e Aplicações no Meio Marinho (consulte o programa aqui). “Ainda que um dos principais objetivos deste ciclo de sessões informativas, parte do programa FP-CUP, seja aumentar o número de utilizadores e aplicações derivadas do programa Copernicus na Administração Pública, na Agência queremos ser mais abrangentes e por isso alargamos estes encontros igualmente à academia, aos centros de investigação e à indústria para que todos possam beneficiar da partilha de conhecimento e dos benefícios do programa Copernicus”, explica Carolina Sá, gestora de projetos de Observação da Terra na Portugal Space.
O FPCUP é uma iniciativa desenvolvida e financiada pela União Europeia que abrange atualmente 50 parceiros de 23 países europeus, incluindo a Agência Espacial Portuguesa, a DGT e o AIR Centre.
A apresentação do Copernicus e dos diferentes serviços fornecidos pelo programa de Observação da Terra da União Europeia será acompanhado pela demonstração das diferentes aplicações já existentes, nesta primeira sessão ligados ao Meio Marinho, nomeadamente na gestão de portos, qualidade da água, avaliação da poluição marítima, serviços de vigilância, proteção marítima e costeira, entre outros.
“O Atlântico oferece um enorme potencial para aplicações de Observação da Terra em diversas áreas. Para promover uma sociedade assente na Economia do Conhecimento é necessário fomentar iniciativas como esta, promover o conhecimento sobre o Copernicus, treinar o máximo número de utilizadores na região e promover a sua colaboração em redes internacionais” explica Pedro Freire da Silva, CTO do Earth Observation Lab AIR Centre.
Além de representantes da indústria e da Academia, estarão presentes especialistas provenientes de organizações nacionais e internacionais, como a Agência Europeia da Segurança Marítima (EMSA) ou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e o Instituto Hidrográfico (IH).
“A apresentação de casos de estudo servirá para sensibilizar as diferentes organizações da administração central e local para as inúmeras oportunidades oferecidas pelos dados e serviços de Copernicus, para divulgar a existência de redes e comunidades europeias que permitem a troca de informação e experiência sobre o uso do programa Copernicus e para aproximar os sectores non–space das potencialidades do uso de dados de satélite em cada um deles”, explica Joan Alabart, responsável pelas Relações Industriais e Projetos da Portugal Space.
O ciclo de Sessões Informativas em torno do programa Copernicus faz parte de uma iniciativa mais ampla que incluirá sessões de formação, apoio ao desenvolvimento de aplicações downstream em diferentes sectores, mas também apoio à promoção de SMEs e da promoção da inovação no segmento comercial de Observação da Terra, não apenas na Europa como no mundo. Enquanto ponto de contacto para o programa Copernicus, a Agência Espacial Portuguesa quer ainda levar algumas destas iniciativas a países em África e na América do Sul.
À Direção-geral do Território caberá implementar ações de formação destinadas a entidades da Administração Pública para construção de capacidade em processamento de imagens de satélite e análise de informação geoespacial do Copernicus. Mário Caetano, Subdiretor-Geral do Território, diz que estas ações auxiliarão as entidades na utilização dos dados e serviços Copernicus para a definição, implementação e monitorização de políticas públicas. “Com estas ações, estaremos a promover uma maior utilização dos produtos do programa Copernicus pela Administração Publica, contribuindo para a capitalização do investimento que Portugal tem vindo a fazer na construção dos satélites Sentinel e no desenvolvimento de serviços de produção de informação temática.”
Além de sensibilizar os utilizadores e alargar o conhecimento, as primeiras ações portuguesas no âmbito do FP-CUP pretendem ainda ouvir a comunidade portuguesa sobre as suas necessidades em termos de dados de satélite para que o Copernicus possa responder de forma mais eficiente às diferentes realidades e necessidades dos mais variados utilizadores.
A próxima Sessão Informativa destina-se a apresentar os Serviços e Aplicações no Meio Terrestre e está prevista para dia 5 de Fevereiro.
Registo Sessão #2 Meio Terrestre
[*Este workshop é apoiado pelo Acordo-Quadro de Parceria Caroline Herschel da União Europeia para a adoção do Copernicus pelos utilizadores sob o acordo de subvenção nº FPA 275 / G / GRO / COPE / 17 /10042, projeto FPCUP (Framework Partnership Agreement on Copernicus User Uptake), Ação nº 18, “Portuguese users coordination and training – Part II (Portugal Space, Direcção-Geral do Território and Air Centre”, bolsa SGA n.º 10]