Projetos do Técnico e do INEGI vencem
edição de 2025 do PROSSE
Programa da Agência Espacial Portuguesa financia dois projetos de investigação em microgravidade no valor total de 100 mil euros.
A edição deste ano do PROSSE recebeu 11 candidaturas.
Os projetos NEURONAUT, do Instituto de Sistemas e Robótica (ISR) do Instituto Superior Técnico, e U-SANS, do Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial (INEGI), foram selecionados pelo júri da edição de 2025 do PROSSE (PROdex for Science in Space Exploration), iniciativa da Agência Espacial Portuguesa que apoia o desenvolvimento de projetos científicos na área da exploração espacial. Cada projeto receberá um financiamento de 50 mil euros.
Criado pela Agência Espacial Portuguesa depois da Ministerial da Agência Espacial Europeia (ESA) de 2022, o PROSSE apoia a participação nacional no programa PRODEX (sigla francesa para PROgramme de Développement d’Expériences scientifiques) da ESA, permitindo que as instituições portuguesas desenvolvam projetos científicos no domínio da exploração espacial.
A edição deste ano recebeu 11 candidaturas, oito das quais foram consideradas elegíveis, provenientes das regiões de Lisboa (45%), do Norte (45%) e da Península de Setúbal (10%). As propostas foram avaliadas, numa primeira fase, por um júri composto por 12 especialistas internacionais. As duas candidaturas mais bem classificadas foram, posteriormente, submetidas a uma avaliação de viabilidade técnica e financeira pela equipa PRODEX da ESA.
O projeto NEURONAUT, do ISR, pretende investigar as interfaces cérebro-computador (BCI) não invasivas em contexto de microgravidade, com foco no controlo motor e na antecipação de ações para a interação entre astronautas e robôs. Ao contrário de estudos anteriores centrados nas alterações cerebrais passivas, o NEURONAUT explorará o controlo de BCI em tempo real e em ciclo fechado, utilizando modelos avançados de inteligência artificial. As experiências serão validadas em voos parabólicos.
Já o projeto U-SANS, apresentado pelo INEGI, estuda a relação entre as frequências naturais do cérebro e da camada de fibras nervosas da retina em diferentes níveis de exposição a estímulos externos com potencial para provocar lesões oculares. Através de um modelo mecânico, será possível inferir os efeitos das vibrações em ambientes extremos como o da microgravidade.
Para Joan Alabart, gestor de programas de Exploração Espacial, Empreendedorismo e Inovação da Agência Espacial Portuguesa, as candidaturas recebidas revelam “um alto nível de qualidade”, o que traduz as capacidades do ecossistema nacional. “O número de candidaturas recebidas ao longo dos anos é indicativo de um elevado interesse da comunidade nacional nesta iniciativa. É uma excelente oportunidade para os projetos de investigação mais inovadores e, por isso, perspetivamos que a iniciativa venha a reunir mais candidaturas nos próximos anos”, aponta.
Após a seleção, segue-se o processo de contratualização dos dois projetos com a equipa do PRODEX da ESA. “O conhecimento técnico e científico e o acompanhamento dos projetos por parte dos especialistas da ESA são fundamentais para assegurar o sucesso da implementação”, refere Marta Gonçalves, gestora de programas de Ciência da Agência Espacial Portuguesa.
Os resultados do concurso de 2025 da iniciativa PROSSE estão disponíveis aqui.