Web Summit: O Espaço tem resposta
para as alterações climáticas

Painel “Space for Sustainability”, moderado pelo presidente da Agência Espacial Portuguesa, centrou a discussão na resposta às alterações climáticas através do Espaço e da Inteligência Artificial. Ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior anunciou a assinatura do Memorando de Entendimento entre Portugal e Espanha para a implementação da Atlantic Constellation.

Num “momento complexo para a humanidade”, que enfrenta as consequências das alterações climáticas, “o Espaço e a Inteligência Artificial podem ter respostas” para este desafio. A inovação é palavra-chave nesta relação — e há oportunidades de negócio para aqueles que apresentarem soluções para ideias inovadoras que tenham em vista a sustentabilidade do planeta.

Foi desta forma que o presidente da Agência Espacial Portuguesa, Ricardo Conde, introduziu o debate “Space for Sustainability”, que decorreu esta quinta-feira na Web Summit, em Lisboa. O palco DeepTech da cimeira tecnológica acolheu o painel, moderado por Ricardo Conde, que teve como oradores a ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, o responsável pelo Phi-Lab da Agência Espacial Europeia (ESA), Pierre-Philippe Mathieu, e a vice-presidente da Portugal Ventures, Teresa Fiúza.

Nas palavras de Elvira Fortunato, o setor espacial português vive “um novo momento”. Tanto que, como anunciou a governante, assinar-se-á esta sexta-feira, em Viana do Castelo, “um Memorando de Entendimento entre Portugal e Espanha para a implementação da Atlantic Constellation”. A constelação de pequenos satélites de observação da Terra tem como objetivo tornar-se numa plataforma de colaboração mútua para as múltiplas aplicações da gestão e monitorização do território, terrestre e marítimo nas suas várias dimensões – a prevenção dos fogos, a gestão da água, o ordenamento do território, a floresta e a biomassa, o sequestro de carbono e a monitorização do tráfego e dos recursos marítimos, sendo todos estes fatores os pilares da sustentabilidade.

Este Memorando de Entendimento reflete o investimento que tem vindo a ser realizado no setor, “cujas competências têm vindo a crescer” através da participação de empresas e centros de investigação “nas mais importantes missões espaciais, principalmente no contexto europeu, em projetos de Observação da Terra, de navegação ou de telecomunicações”, frisou Elvira Fortunato.

A ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior lembrou ainda que existe um aumento do investimento público neste âmbito e que o Plano de Recuperação e Resiliência também reforçará esta aposta. Elvira Fortunato salientou ainda existir um forte compromisso “com a nova geração de estudantes para promover as áreas STEM [sigla inglesa para ciência, tecnologia, engenharia e matemática]”, numa alusão ao reforço orçamental para o Ensino Superior.

Sobre a relação entre o Espaço e a sustentabilidade, Pierre-Philippe Mathieu, da ESA, apontou ser essencial “trabalhar com os dados que as tecnologias espaciais disponibilizam”. “Essas informações podem ser usadas por decisores políticos, numa estratégia em direção para a sustentabilidade, mas também constituem uma oportunidade para o conhecimento e para o surgimento de novos negócios. É por isso que viemos [à Web Summit]: para impactar empreendedores”, referiu. Nesse sentido, Teresa Fiúza, da Portugal Ventures, frisou haver “várias oportunidades no Espaço” para as empresas e que devem “ser persistentes” na colocação das suas ideias e no seu plano de negócios, dando como exemplos de sucesso o acordo entre a Portugal Ventures e a ESA BIC e a empresa Spotlite, sediada em Coimbra.

Autor
Portugal Space
Data
4 de Novembro, 2022