Workshop online: “Da ciência aos negócios: Como contribuir e tirar partido dos ‘payloads’ do Space Rider
A Agência Espacial Portuguesa organiza a 3 de Fevereiro um workshop online dedicado à promoção da utilização do futuro veículo orbital da Agência Espacial Europeia (ESA), Space Rider, pelo ecossistema industrial e científico português.
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[O registo terminou às 17h (UCT) de 2 de fevereiro 2021]
A Agência Espacial Portuguesa está a organizar o workshop “From Science to Business – How to Contribute and Profit from Space Rider Payloads“, com o objetivo de mostrar às empresas e organizações científicas portuguesas como podem tirar partido do futuro veículo orbital da ESA. O evento terá lugar no dia 3 de Fevereiro, às 10h30 (WET). A participação é gratuita, mas o registo é obrigatório.
Em Novembro de 2020, a Agência Espacial Portuguesa, Portugal Space reuniu um conjunto de peritos internacionais para discutir o potencial do ambiente de microgravidade nos domínios da Investigação e Desenvolvimento farmacêutico e médico. O evento, que contou com oradores da Virgin Galactic, do MIT Portugal, da Agência Espacial Europeia (ESA) e da Space Pharma, entre outros, pretendeu alertar para as capacidades de investigação e desenvolvimento do Espaço, mas também destacar a importância do Space Rider, o futuro veículo reutilizável orbital da ESA. Com o voo inaugural marcado para 2023, o Space Rider será usado num alargado conjunto de aplicações, incluindo experiências científicas em microgravidade.
Com o workshop “From Science to Business – How to Contribute and Profit from Space Rider Payloads”, a Portugal Space pretende explorar as formas como as entidades portuguesas podem contribuir e tirar partido das cargas úteis (payloads) do Space Rider. Este evento tem lugar numa altura em que a ESA se prepara para intensificar os contactos com potenciais clientes, partilhando detalhes técnicos do alojamento das cargas úteis no voo inaugural do Space Rider.
Portugal é um dos dez Estados-membros que subscreveram o programa Space Rider durante o Space19+, o conselho ministerial da ESA que teve lugar em Novembro de 2019. A Agência Espacial Europeia definiu a ilha de Santa Maria, nos Açores, como potencial local de aterragem do Space Rider, prevendo também a criação de instalações de processamento pós-desembarque do veículo reutilizável, que proporcionará às empresas não espaciais uma nova alternativa para entrar no campo espacial.
“Para as empresas portuguesas, o Space Rider será uma excelente solução para terem um entrada mais fácil e acessível ao Espaço”, afirma Joan Alabart, responsável pelas Relações Industriais e Projeto da Portugal Space, sublinhando que a Agência quer “encorajar as entidades nacionais, quer industriais, quer de investigação, a participar na exploração científica e tecnológica dos payloads do Space Rider”.
Em conjunto com peritos da ESA, que irão abordar os aspetos técnicos e operacionais dos payloads do Space Rider, bem como fazer o ponto de situação sobre o projeto e o processo de seleção das cargas úteis, a Portugal Space pretende atrair as entidades nacionais não só para o uso dos payloads, mas também para a possibilidade de se envolverem na conceção de um laboratório do Space Rider. “O ideal seria que uma entidade nacional pudesse estabelecer os padrões para futuras experiências comerciais que seriam vendidas e utilizadas por terceiros a bordo do veículo”, afirma Manuel Wilhelm, responsável pelas Relações Industriais e Projeto da Portugal Space, salientando a possibilidade de uma entidade nacional “se tornar um sub-agregador em voos futuros”.
Para a Agência Espacial Portuguesa o projeto Space Rider não é apenas uma oportunidade para a indústria e a comunidade científica nacional assumirem uma posição de liderança, mas também a possibilidade de desenvolver o ecossistema espacial nos Açores. “Considerando o compromisso nacional com este projeto, seria extraordinário se pudéssemos ter pelo menos uma carga útil portuguesa no voo inaugural do Space Rider, mas especialmente se pudéssemos garantir uma participação sustentável de entidades nacionais em futuras cargas úteis/voos”, afirma Manuel Wilhelm.
A ESA estará representa no workshop por Fabio Caramelli, diretor de projeto na VEGA Production and Future Missions, que dará detalhes sobre o processo de seleção dos payloads, nomeadamente as condições específicas para aceder, a política de preços/custos e a cronologia, entre outros. O workshop abordará também questões relativas aos campos de aplicação e ao estado do projeto.
A realização de investigação e desenvolvimento em microgravidade para produtos médicos e farmacêuticos são exemplos dos serviços que podem ser realizados com recurso ao Space Rider, mas o veículo pode potencialmente ser utilizado para demonstração e validação em órbita de uma variedade de tecnologias e aplicações, tais como robótica para exploração, instrumentação para observação da Terra, vigilância para monitorização de catástrofes terrestres, e vigilância por satélite.
Com uma dimensão semelhante à de dois monovolumes, o Space Rider dispõe de um módulo de reentrada que oferece um volume de 1200 litros para até 800 kg de cargas úteis baseadas numa plataforma concebida com tecnologia de ponta capaz de fornecer energia, protecção térmica, controlo e tratamento de dados e telemetria.