Um novo ciclo para abraçar novas oportunidades

A estratégia que Portugal levou à reunião do Conselho da ESA a nível ministerial reflete o trabalho
que a Agência Espacial Portuguesa tem vindo a desenvolver desde a sua criação.

Apesar de acontecer apenas de três em três anos, a Reunião do Conselho da ESA a nível ministerial é um dos momentos mais marcantes e emocionantes no setor espacial europeu. Sentados na mesma mesa, os 22 Estados-Membros discutem uma estratégia comum para o futuro próximo, a fim de afirmar a Europa no sector espacial. Em conjunto, os ministros que supervisionam os assuntos espaciais, apoiados pelas estruturas nacionais responsáveis pela indústria, ciência e tecnologia, defendem os interesses nacionais, assegurando que estes apoiarão uma estratégia comum para reforçar a Europa no sector espacial.

Como presidente da Agência Espacial Portuguesa, tive a honra de acompanhar a Ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Professora Elvira Fortunato, a esta reunião. A Ministra salvaguardou os interesses da indústria nacional e garantiu um papel relevante para os actores nacionais na estratégia europeia.

Numa relação estreita com o ecossistema nacional, os diferentes delegados portugueses na ESA prepararam estas orientações ao longo de vários meses para mapear os interesses e prioridades da comunidade espacial, alinhados com a estratégia nacional para o espaço, a fim de definir um plano de acção. Nesta Newsletter, apresentamos as principais orientações que apoiaram a tomada de decisões a nível governamental para a subscrição portuguesa dos programas da ESA.

Os elementos estratégicos destas orientações baseiam-se nos três principais eixos de acção da Agência Espacial Portuguesa nesta década, nomeadamente a continuação do processo de capacitação científica e tecnológica, a prossecução dos desafios programáticos lançados pela Agência e a expansão do papel do espaço na promoção da educação científica e da cultura entre as gerações mais jovens.

A estratégia que Portugal levou à reunião reflecte o trabalho que a Agência Espacial Portuguesa tem vindo a desenvolver desde a sua criação e esta estratégia também reflete os programas espaciais que estão a ser implementados pelas organizações europeias.

Mas não é tudo. Nesta Newsletter, apresentamos-lhe a BEEVERYCREATIVE, uma empresa portuguesa sediada em Ílhavo que levou a impressão 3D ao espaço. Queremos também apresentar-lhe João Lousada, o astronauta análogo que completou quase uma mão-cheia destas missões e que é o primeiro director de voo português na ISS.

Finalmente, estamos a preparar a segunda edição da iniciativa Zero-G Portugal – Astronauta para um Dia, e os pré-registos estão abertos. Por isso, fique atento para saber mais nos próximos meses. Até lá, boas leituras e um fantástico 2023.

Autor
Ricardo Conde
Data
4 de Janeiro, 2023
Sobre o autor

Ricardo Conde, 57 anos, é pai de duas lindas meninas. É Licenciado em Engenharia Electrotécnica e Informática pelo Instituto Superior Técnico, Universidade Técnica de Lisboa, com especialização em Telecomunicações, Rádio Frequência, e Sistemas Espaciais e Terrestres.
Ricardo tem mais de 30 anos de experiência no sector espacial industrial e institucional. Iniciou a sua carreira profissional em 1991, estando ligado ao sector Aeronáutico e Espacial desde 1993. Participou em vários programas espaciais nacionais e internacionais, particularmente nos Segmentos Espaço e Terra.
Em 2019, assumiu funções de membro do conselho de administração da Agência Espacial Portuguesa, e em 2020, foi nomeado Presidente da Agência.
Tem participado como panelista e orador principal em vários congressos internacionais do setor Espaço, particularmente sobre a emergência de novas agências espaciais, a sustentabilidade do Espaço e o papel do Espaço na sustentabilidade da Terra.
Em 2022, Ricardo foi o presidente da Rede Eureka, a maior rede internacional de promoção da Ciência e Inovação para as PME.
Actualmente, é o representante português e chefe da delegação no Conselho da Agência Espacial Europeia (ESA), no Observatório Europeu do Sul (ESO) e no Conselho do Square Kilometre Array Observatory (SKAO).